Como lidar com solidão em tempos de isolamento social
Publicado em: 30/03/2020 / Postado por: Coaching To Build
A solidão é um produto do isolamento social? Não necessariamente. Mas o isolamento social pode estimular a sensação de solidão nas pessoas? Lamentavelmente sim e principalmente naquelas que vivem sozinhas, estão expatriadas, são imigrantes ou se encontram no grupo de risco do COVID19 (maiores de 60 anos).
A solidão pode gerar uma ferida emocional profunda, que distorce nossas percepções e altera nossos pensamentos, que nos faz pensar que nos importamos menos com as pessoas do que é na realidade; e muitas vezes nos gera medo de nos aproximarmos dos outros por medo de nos expormos demais à rejeição.
Este medo é estimulado ao não se sentir parte de uma cultura ou do grupo social onde estamos inseridos, ou que já não possuímos valor social na comunidade/sociedade (como é o caso de alguns idosos).
A solidão é totalmente subjetiva e está relacionada com o quanto você se sente emocional e socialmente desconectado de seu entorno; não tem a ver com quantidade de pessoas que estão ao seu redor.
Os números são alarmantes quando falamos do impacto na saúde da desconexão social. A professora de psicologia e neurociência Julianne Holt-Lunstad, PhD, da Universidade de Brigham Young, diz que:
A falta de conexão social aumenta os riscos para a saúde tanto como fumar 15 cigarros por dia ou ter um transtorno de consumo de álcool.
Descobriu que a solidão e o isolamento social são duas vezes mais prejudiciais à saúde física e mental do que a obesidade (Perspectives on Psychological Science, Vol. 10, No. 2, 2015).
Segundo estudos a sensação de solidão aumenta 14% as probabilidades de morte prematura, aumenta a pressão sanguínea, o colesterol e reduz a atividade do nosso sistema imunológico.
Mas a solidão está realmente aumentando, ou é uma condição que os humanos sempre experimentaram em vários momentos da vida?
A solidão é uma experiência que tem existido desde o início dos tempos, e todos lidamos com ela, segundo Ami Rokach, PhD, instrutora da Universidade de York no Canadá e psicóloga clínica. ” É algo com que cada um de nós lida de vez em quando”, explica, e pode ocorrer durante as transições da vida, como a morte de um ente querido, um divórcio ou uma transferência para uma nova localização. Os pesquisadores se referem a este tipo de solidão como solidão reativa.
A questão é que a solidão não se torne crônica, segundo a psicóloga Louise Hawkley, PhD, diz que esta é mais provável quando as pessoas carecem dos recursos emocionais, mentais ou financeiros para satisfazer suas necessidades sociais ou não têm um círculo social que possa proporcionar estes benefícios.
Hawkley, diz que a Solidão pode causar estragos na Saúde física, mental e cognitiva de um indivíduo (Transações filosóficas da Royal Society B, Vol. 370, n. 1669, 2015).
E assinala evidência que associa o isolamento social percebido com consequências adversas para a saúde, que incluem depressão, má qualidade do sono, função executiva deteriorada, deterioração cognitiva acelerada, função cardiovascular deteriorada e imunidade deteriorada em todas as fases da vida.
Por outro lado, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual da Flórida também descobriram que a solidão está associada com um aumento de 40% no risco de demência de uma pessoa (The Journals of Gerontology: Série B, online 2018).
Precisamos abordar esses sentimentos de solidão a partir de dentro através de técnicas que nos ajudem a abordar esses pensamentos negativos onde a sensação de solidão aparece.
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A saúde psicológica é tão importante quanto a física. Cuide dela, tanto de forma corretiva como preventiva. Use ferramentas para lidar com feridas emocionais de forma mais saudável.
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